O massacre dos cristãos. (segundo Septimio)
Estes trechos da carta de Septimio, romano, endereçada a Flavio, romano, são tidos como verdadeiros, embora o texto que reproduzo aqui tenha algo de adaptação para facilitar a compreensão de alguns conceitos. A seqüência de imperadores romanos: Julio César, Otavio, Péricles e Augusto, que morreu em 14 depois de Cristo; Tibério, Calígula, Claudio e Nero. Claudio iniciou a conquista da Britânica, depois chamada Inglaterra, e Nero o mais perverso dos Imperadores: Mandou matar a própria mãe e a esposa, envenenou seu irmão Britânico, e culpou os cristãos pelo incêndio de Roma mandando perseguir violentamente os adeptos dessa nova doutrina[1]. Vejamos então:
“Uma espécie de gente, muito característica, Flavio, apareceu no Estado. Encontram-se as ocultas e recusam-se a queimar incenso diante dos deuses oficiais. Não saúdam César quando ele passa. Diz-se que essas pessoas adoram divindades estranhas e praticam estranhos ritos.”
“O imperador Claudio mandou prender milhares delas para pasto dos leões. Nero Mandou atá-las em postes e cobri-las com um traje untado de breu e piche. E depois certa noite, ateou-lhes fogo e fê-las desfilar pela cidade como tochas ardentes. E aquela gente sofria silenciosamente, ao que parece. Nossos imperadores experimentaram prazer em torturar homens, mulheres e crianças, que morrem sem nenhuma palavra de protesto”.
“Meu amigo Petrônio me disse que têm suspeitas de que esses indivíduos são confortados por poderoso espírito que paira sobre eles. Na ultima semana quando Petrônio foi ver uma moça que ia ser queimada numa estaca. Ficou bem perto dela, no momento que a amarraram e pôde ouvi-la murmurar:” Virgem mãe”. Petrônio imagina que são palavras mágicas, de tal poder que tornam os seguidores de “Crestos” capazes de morrer tão bravamente. Essa gente diz ele deve ser encantada. Suportam os maiores suplícios com rosto impassível. Muitos deles retiram-se para os desertos, a viver sozinhos em furnas, flagelando-se e rezando. Cada vez aumenta mais o numero de romanos que procuram esse cristãos, que lhes prometem salvá-los das orgias dos Césares e mostrar-lhes um reino muito maior do que o Império. Eles negariam a divindade de César, esses rebeldes que partem o pão e oferecem vinho e cochicham estranhas palavras quando se encontram.”
“Ainda ontem, nova turma foi lançada aos leões, no Coliseu. O odor de sangue e das entranhas dilaceradas dominou o perfume dos árabes com que o Coliseu havia sido banhado. O espetáculo era repugnante. Contudo exerceu mágico efeito sobre os espectadores. Muitos deles desceram para a arena, junto aos cristãos.”
“Que poder humano, ou divino, Flavio, sustenta esse homens? E que conta mágica é esse que conserva seu numero sempre em aumento, a despeito de serem milhares deles queimados nas estacas e devorados pelas bestas selvagens?
“Ontem assisti a uma função noturna, no circo. Nero arranjou novo sistema de iluminação para o espetáculo. Em lugar das costumeiras tochas, o circo foi iluminado pelo clarão dos cristãos em chamas... vi com os meus próprios olhos e uma estranha luz brilhou em mim. Sinto... não diga isso a ninguém... que me estou tornado cristão!”
[1] Tirado do Livro: Esplendores da Grécia e de Roma, citando: “The Conquest of Civilization” de James Breasted.