Aeroporto Municipal de Paranaguá.
O aeroporto de Paranaguá é estratégico, tanto para os negócios portuários, como para o turismo. Ele já sofreu diversas inversões por parte do governo do estado, todavia encontra-se, mais uma vez, completamente abandonado. Tive o trabalho de ir fotografá-lo, para mostrar ao leitor o péssimo estado em que se encontra mesmo depois da ultima reforma (esta na pista).
Os parnaguaras dizem que ninguém usa o aeroporto, e que aquela área deveria ser destinada a construção civil para oferta de moradias. Visão curta, pobre, atendendo interesses de empresários locais.
De fato, há um projeto de retirar o aeroporto do município de Paranaguá transferindo-o para Pontal do Paraná, mas esse novo projeto também dependeria da viabilidade do Porto de Pontal, que a meu ver deveria ser num primeiro momento Porto Turístico. Mas enquanto essas coisas não se resolvem, temos uma realidade, um aeroporto abandonado, e uma área que se liberada fosse, deveria atender em primeiro lugar aos interesses do Porto de Paranaguá, que é à base da vida econômica daquela cidade.
Um cidadão ligado a administração municipal chegou a me dizer o seguinte: “o governador quer que o município gaste na manutenção do aeroporto, pague vigias, só para ele descer aqui duas ou três vezes ao ano.” Incrível a falta de visão desse administrador.
O aeroporto deve interessar em primeiro lugar a cidade, ao porto, aos operadores portuários, à "Segurança Publica", e ao novo terminal para navios de Antonina ou Paranaguá.
O que não se pergunta, é: Por que, não se usa o aeroporto de Paranaguá?
Um avião é um patrimônio caro, quanto maior e mais seguro, como os utilizados em linhas comerciais, maior seu valor patrimonial e mais necessidades de segurança têm, pois carregam muitas vidas em vôos freqüentes. Aviões privados ficam dias na pista.
Paranaguá não tem hangares, portanto, avião privado, ou de uso comercial empresarial, no seu tempo de permanência, fica exposto ao tempo e a maresia. Nem mesmo vigias há no aeroporto de Paranaguá. Aviões expostos ao tempo, largados nas pistas estão ao alcance de vândalos e de crianças curiosas. Equipamentos de segurança de vôo do avião podem ser avariados por crianças e vândalos. Não há abastecimento. Não há destacamento de combate ao fogo. Não há torre nem auxílio radio. Á noite se há iluminação de pista e sinalização ela fica apagada. Podem-se ver animais na pista, pois os alambrados estão rompidos. A sala de recepção não tem assentos, bancos ou serviços... Portanto como esperar o uso freqüente de uma pista nestas condições. Não há oficina mecânica ou mecânico, nem sinaleiros de pista para taxiamento das aeronaves e estacionamento, ou seja, carência de tudo que diga respeito à segurança. Sequer existe uma biruta para um avião pequeno saber em que direção sopra o vento ao nível do pouso.
Soluções?
Espaço há. Onde hoje existe uma pista de MotoCross, poder-se- ia construir um grande e moderno Hangar. Isso permitiria a permanência, o pernoite seguro, a alguns serviços na aeronave. Isso também poderia viabilizar um aeroclube. Uma oficina de serviços e estrutura de abastecimento seguro é fundamental. E um pequeno trator para manobras reboque dos aviões e manutenção do gramado é fundamental . Incrível é que esse abandono está ao lado de um destacamento da Policia Militar ( e um depósito de veículos apreendidos nos acidentes de transito no município de Paranaguá).
Eu me pergunto: esses militares não poderiam estar envolvidos, na segurança do aeroporto municipal?
Um Corpo de Bombeiros Comunitário, com sua presença viva, não atenderia também a segurança do vôo e a manutenção da pista? Ou não?
Assim na outra margem da pista, um futuro posto de abastecimento, que de um lado ( para a avenida) atenderia automóveis, e do outro, para o interior da área, as aeronaves, e alguns dos serviços necessários ás aeronaves, com seus combustíveis e cuidados característicos.
A torre mirante de Paranaguá, tão falada e nunca construída, que serviria para sinalização e segurança portuária, poderia também atender o controle de vôo. Isso apenas para vincular os interesses comuns do Porto com a integração de transportes, marítimo, aéreo, ferroviário e rodoviário. O porto deveria ter interesse na melhoria do aeroporto de Paranaguá e lhe destinar recursos. (O pedágio, como pequeno remédio aos seus abusos) deveria destinar verbas previstas em lei para a manutenção do aeroporto, por exemplo.
Um posto de Bombeiros Comunitários, como ja dissemos, instalado na linha marginal entre a avenida de acesso, e o espaço interno do aeroporto, com interface dupla, atendendo a pista e a comunidade, faria o atendimento comunitário, e o atendimento de proteção ao vôo.
Bem, já começamos a ter um delineamento de um aeroporto de verdade. Os detalhes, necessariamente apresentados ao (DAC) naquilo que diz respeito às normas de segurança de vôo, uso e condução de aeronaves, sinalização e equipamentos, e controle de mercadorias (alfândega) completariam o quadro, oferecendo a Paranaguá mais essa infra-estruturar de desenvolvimento e integração comercial e turística.
O que não pode acontecer é ficar abandonado, em mãos de pessoas que nada entendem das possibilidades da aviação privada e comercial, nem ao menos estão interessadas no desenvolvimento do estado do Paraná.
Quem sabe, por ser área de fronteira marítima, de interesse à segurança nacional, ele não possa ser federalizado?
Afinal ninguém sabe se pequenas avionetas, descem ali para apanhar ou trazer pequenas quantidades de drogas, por exemplo, que desembarquem ou embarquem nos navios.
Uma pista de pouso litorânea no maior exportador de grãos do país; e às margens de um dos mais importantes portos marítimos do Brasil, jaz abandonada, para que “usuários” esporádicos façam dela uso para pouso críticos, sem controle, segurança ou policiamento.
Porém, não se culpe apenas a imprevidência do poder público municipal, pois foram os parnaguaras, sim os cidadãos de Paranaguá que foram lá, quebrar os vidros, romper os alambrados, roubar os bancos, as portas, o material eletrico.
Paranaguá tem boas rádios, tem ate televisão, tem escolas, nada impede que ensinem à população da cidade a importância de se possuir um aeroporto em condições de funcionamento, pois, apenas para lembrar, nos muitos acidentes graves que ao longo dos anos ocorreram em Paranaguá, foi por aquela pista que o socorro mais rápido veio, e sempre pelos ares.
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