mercredi 17 juin 2009

Campo bem habitado solução soberana.

A expansão da cidade e o êxodo rural.
Não há dúvida alguma de que o grande crescimento das cidades não é reflexo da explosão demográfica urbana (no sentido do nascimento de crianças), mas é fruto em maior proporção das migrações internas do campo para a vida urbana. Quais as razões?
1) Oferta de serviço de saúde.
2) Ausência de escolas e livros.
3) Pequena oferta de emprego, perspectiva e mobilidade social rígida no campo;
4) Pouca oferta de serviços básicos como saneamento, água encanada, luz elétrica, telefonia; segurança.
5) Esperança de que a vida urbana nos oferte escolaridade e oportunidade de emprego, moradia e serviços básicos.
6) Mecanização do campo, e extinção das pequenas propriedades,
7) Drenagem do Exercito, que atrai os jovens para as cidades, e as universidades que concentram nos centros urbanos os seus campi.
8) A desigualdade entre o número de mulheres e homens no campo.
9) A reserva de áreas imensas para a agricultura de exportação (commodities).
10) Estratégias internacionais de reservas de áreas não soberanas, desabitadas, para exploração de minerais, produção de comida, e expansão colonial ou imperialista.


Quanto maior a cidade, maior os problemas e maiores os recursos públicos necessários para sua manutenção e expansão; problemas insolúveis vão se desenvolvendo e poderiam ser evitados com o cerceamento da expansão urbana. Por exemplo: Lixo e sua destinação; Água e seu tratamento; Esgoto e sua destinação; Enorme necessidade de uso de combustíveis fósseis; Espaços públicos cada vez mais escassos e difíceis; Baixa qualidade do ar.
Ora, se não queremos controlar a liberdade de ir e vir, nem cercear a concepção, deveremos apresentar, em razão dos motivos elencados acima, soluções que permitam o surgimento de vilas e cidades menores, e melhor distribuição das populações no território nacional.
1)Fortalecimento da agricultura familiar nos cinturões do entorno das cidades. Isso retarda a expansão imobiliária, produz alimentos de qualidade ( o homem não vive só de soja e milho), e fixa considerável numero de brasileiros na vida rural.
2) Melhorar a oferta de equipamentos de saúde nas zonas rurais;
3)Ofertar escolas agrícolas e profissionalizantes em áreas agrícolas, e bibliotecas;
4) Ampliar e normatizar as profissões rurais, dando lhes mobilidade social e perspectiva de melhoria pessoal e familiar;
5) Investir em infra-estrutura de eletricidade, comunicação, saneamento e abastecimento de água tratada.
6) Se possível descentralizar os Quartéis, as Universidades, e as escolas de nível médio.
7) Tratar diferentemente as propriedades de produção de monocultura e mecanizadas e subsidiar as pequenas propriedades através de serviços públicos, para viabilizar esse sistema cooperado;ofertando patrulha rural, manutenção rodoviária vicinal.
8) Estabelecer as festas entre comunidades rurais diferentes e distantes, de modo a propiciar casamentos e uniões de gente habituada ao meio rural.
9) Combater a concentração (monopólio de culturas agrícolas e pecuárias), permitindo sob concentração de esforços a sobrevivência técnica de pequenas e médias propriedades, de modo que o consumo seja em primeiro lugar interno;
10) combater todos os esquemas de reserva técnica internacional de áreas, mesmo as fundadas em teorias ambientais, mineração, água, energia, etc. A Soberania (liberdade de escolha do uso do território nacional e interesses do bem comum nacional, se sobreponha ao interesses estrangeiros, qualquer que sejam).
A tecnologia de comunicação hoje existente e disponível pode viabilizar a necessária comunicação comercial e a formação escolar e técnica à distancia. O território nacional todo habitado, com "razões" populacionais racionais e garantidoras da qualidade de vida, preservação de meio ambiente, e sobrevivência de flora e fauna, hoje é possível.
Temos oito mil quilômetros de costa marinha, e temos um percentual baixíssimo de profissões marinhas, e isso pode ser corrigido, pois o mar territorial brasileiro é mais inexplorado que a Amazônia.
Os meios de comunicação devem se esforçar em produzir uma nova imagem do homem ligado as coisas do campo, à agroindústria de beneficiamento, e aos empreendedores e mantenedores de infra-estrutura. O país inteiro precisa ser habitado, preservado, e respeitado em sua sustentabilidade ambiental.
O país precisa ressuscitar e desenvolver infra-estrutura e tecnologia ferroviária, aérea, fluvial e marítima.
O país precisa repensar o papel das forças armadas, como instrumento da formação nacional, patriótica, militar de defesa, militar de solidariedade social, militar de garantia da paz armada. Ou seja, estar pronta como nação a defender seus interesses e a paz interna ou externa, e investir no setor.
O país tem como qualquer individuo alguma responsabilidade com o próximo, alguma responsabilidade solidária com os países vizinhos e contíguos ao solo pátrio em primeiro lugar, estabelecendo relações comerciais, militares, educacionais e colaboracionais nos mais diversos níveis.
O país precisa desenvolver cultura de preservação e respeito aos rios, pois a água é vital para todos os seres vivos, e deve ser quase reverente à qualidade do ar, pois esse é ainda mais vital para os seres vivos.
Assim como não se abate em uma festa todos os bois de uma propriedade, nem se consome todas as sementes ou se come todas as aves, não podemos continuar derrubando todas as árvores, sujando todos os rios, cavando o solo irresponsavelmente, sem nada substituir, sem nada acrescentar, sem nada plantar, sem nada querer dividir na ganância da vida.
Finalizando: se é verdade que nem todos nasceram com dons iguais, e nem todos estão destinados à riqueza, também é verdade que nem todos estão destinados a miséria ou a uma vida sofrível, pois todos estão obrigados ao amor e a solidariedade. Se as aves, animais e flora são cooperadores da vida, muito maior verdade é que os homens são cooperadores entre si. Quando o Brasil compreender que o seu mercado interno é viável, compreenderá simultaneamente que para haverem consumidores, as riquezas devem circular internamente de modo a que todos os brasileiros tenham num ou noutro momento a dignidade e orgulho de serem brasileiros. Não como seres nascido das "formas" em produção em serie, mas pessoas desiguais, que amam o próximo e o distante, pois o amor num país como o Brasil, não pode se restringir apenas aos que estão a nossa volta. Devemos conhecer como vivem os outros brasileiros, e repartir o pão.