Metrô uma decisão a ser considerada.
Hoje sei que a cidade de Paris tem Metrô, mas não tem adequado sistema de esgoto. Paris tem graves dificuldades com o abastecimento de água e com o esgoto, mas tem um metrô considerado histórico. Vaidade da capital francesa? Não sei. A cidade Luz tem problemas, mas têm Metrô
Curitiba prepara-se para “receber” o seu Metrô, e como Paris tem ainda, graves problemas com a coleta de esgotos. Vaidade de Curitiba? Não sei.
“““ “““ Não me parece ser algo descabido discutir esta questão e comparar alguns custos de soluções de problemas imediatos da cidade com a obra do “Metrô Curitibano”, ainda que os técnicos digam:” Para o Metrô temos financiamento, para o esgoto não”. Ou seja, não há porque discutir dizem eles.
Nosso Metrô tem um orçamento para sua execução na ordem de 343 milhões de dólares. Como a linha experimental que será implantada mede 13,9 Km, treze vírgula nove quilômetros, teremos um custo aproximado de 24 milhões de dólares o quilômetro. Isso é uma obra cara? Ainda não sei. Como comparar? Com que valores nós poderíamos comparar esse orçamento para saber se a obra é cara ou não?
Fui procurar em meus arquivos e encontrei o seguinte: Correio de Noticias de 28 de fevereiro de 1993: “Governo do Estado prevê 365 milhões de dólares para duplicação da “Rodovia da Morte” ( BR 376/101 estrada de Joinville)”. Encontrei também em 6 de outubro de 92: “Paraná empresta 300 U$ milhões do BIRD para Educação, projeto para ser aplicado em 4 anos”; encontro em 29 de dezembro de 1992: “Estado aplica 14 U$ milhões na agricultura para preservação e conservação do solo”. Vejo ainda: 6 de janeiro de 1992: “BIRD diz que vai emprestar 400 U$ milhões para duplicação da BR 101/ 376”( Joinville), empréstimo que acabou não se concretizando e o governo do estado executou a obra com recursos próprios. Num caderno nacional, prestem a atenção, encontrei registrado em 30 de janeiro de 1992: “Brasil tem acordo com o Japão e emprestam 2 5 U$ Bilhões dos quais 180 U$ milhões estão destinados a construção do Metrô de Fortaleza”. Finalmente encontro em 23 de março de 1993 a seguinte notícia: “Governo do Estado libera verba para reinicio da construção do Contorno Norte, o trecho entre a BR 277 e a Rodovia dos Minérios custará U$ 9 milhões tendo 14 quilômetros; e o trecho Colombo - Castelo Branco custará 10,2 U$ milhões tendo 11,9 quilômetros.
Como vemos os 13 quilômetros do “Metrô Curitibano” custará o dobro do que custou o Metrô de Fortaleza. A surpreendente relação de equivalência (a estrada U$ 365 milhões e o Metrô U$ 343 milhões) encontrada entre a duplicação da estrada de Joinville que têm trechos de pista dupla e engenharia de infra estrutura em etapas de mais de 100 quilômetros denuncia por si só o excessivo custo de nosso Metrô. Posso dizer também que com esse dinheiro, 343 milhões de dólares poderiam aplicar pelo menos 25 vezes mais o que o governo aplicava em conservação e preservação de solo em algum período de 1992, ano em que a agricultura obteve especial atenção do governo. Finalmente poderemos observar que com o preço de apenas um quilômetro do Metrô (24 U$ milhões) poderíamos construir 23,1 Km de Contorno Norte, ou seja, com o valor total de implantação da linha experimental do Metrô, 343 U$ milhões, faríamos mais de 310 km de vias contorno. Nesse novo contorno daríamos com folga pelo menos três voltas na cidade de Curitiba. Comparativamente a obra do Metrô é cara. Segundo o Seminário levado a termo na Câmara Municipal é também de aplicabilidade discutível.
Passo para você, amigo, a palavra. Manifeste-se.
Wallace Requião de Mello e Silva